domingo, 24 de outubro de 2010

ATINGIDO POR CHUVA DE PAPEL PICADO SERRA É HOSPITALIZADO

outubro 24th, 2010 | Autor: Ricky Mascarenhas
Do Blog do Ricky – Sem Mais Delongas

O ex-governador São Paulo José FHC Serra foi hospitalizado hoje e vai ser submetido a uma tomografia detalhada depois de ter sido atingido por uma chuva de papel picado.

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO afirmou que a Polícia paulista encontrou 500 folhas de papel A4 e um comitê da candidata Dilma Roussef. O candidato tucano José FHC Serra está exigindo que qualquer cidadão que seja pego portando papel seja indiciado por porte ilegal de armas.

O primeiro boletim médico liberado pelo ex-secretário de Saúde de César Maia indica que José FHC Serra não tem nada na cabeça. Já o rolo de fita crepe nega qualquer envolvimento na fraude da REDE GLOBO e diz não conhecer a bolinha de papel.

O militante que atirou a bolinha de papel no candidato foi condenado a uma semana sem recreio e a CHAMEX está sendo intimada pela Polícia Federal sob a acusação de dar suporte para ataques terroristas.

O PT, por sua vez, de olho no apoio de Marina da Silva, disse em nota oficial que doravante só serão usadas bolas de papel reciclado.

Segundo a nota, as bolas de papel estão sendo vendidas a cinqüenta centavos. O preço de uma tomografia é de setecentos reais e ver a verdade vencendo mentira não tem preço.

O candidato José FHC Serra foi o primeiro ser humano a ser avisado por telefone que está “sentindo-se mal”, a revelação é de VEJA, porta-voz da verdade absoluta. A FOLHA DE SÃO PAULO garante (tem até infográfico) que o papel que deu origem à bola de papel foi comprado com cartão de crédito da ex-chefe do Gabinete Civil Erenice das Quantas.

A FOLHA garante ainda que o candidato José FHC Serra vai processar o papel higiênico. É que foi ao banheiro e em seguida percebeu crime de “violento atentado ao pudor”.

Informações conseguidas junto às autoridades policiais dão conta que na bolinha de papel que atingiu o candidato José FHC Serra estava escrito “não se abandona um líder ferido na estrada”. A assinatura era de Paulo Preto, engenheiro e assessor de José FHC Serra no governo de São Paulo.

O caso ganhou proporções internacionais e o governo dos EUA convocou o Conselho de Segurança das Nações Unidas para aprovar sanções contra o Irã. O país está desenvolvendo projetos de enriquecimento de celulose.

Na área do Judiciário o TSE – TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL – braço da campanha de José FHC, Serra absolveu o rolo de fita adesiva e aceitou a denúncia contra a bola de papel. Essa, por sua vez, nega qualquer vínculo partidário.

Em estado de perplexidade e ao mesmo tempo irado, o candidato José FHC Serra prometeu um tomógrafo para cada escola pública do País. O temor é que as crianças ao perceberem que bolinhas de papel garantem 24 horas de repouso, deixem as escolas vazias.

Por outro lado, as investigações se concentram num veio importante. José FHC Serra teria sido atingido por um pacote de papel A4 contendo o dossiê Aécio Neves.

A ANAC – AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – determinou que em todos os aeroportos do Brasil sejam presas as pessoas que tentam embarcar com papel ou bolinhas de papel. José FHC Serra vai acusar o governo de Lula de estar desenvolvendo projetos secretos de enriquecimento de celulose. A dúvida é que de que organização terrorista partiu a bola que atingiu José FHC Serra. Segundo as autoridades as investigações preliminares permitiram descobrir que como foi bola a AL QAEDA não tem nada a ver com o atentado. Se fosse aviãozinho de papel estaria comprovada a participação da organização de Osama bin Laden.

Por outro lado ficou certo que José FHC Serra é lerdo e leso. Bush escapou da sapatada e Serra não conseguiu evitar a bolinha de papel.

O exame de balística do projétil determinou que bolinha/bala saiu de um chumaço de MAXPRINT, calibre A4, o que levou a ONU a interditar as fábricas da CHAMEX e da TILIBRA.

Segundo um porta-voz do Pentágono ainda bem que o ataque às torres gêmeas foi com aviões de verdade e não de papel, do contrário o estrago teria sido maior e sabe-se lá o que teria acontecido com o povo norte-americano.

O bispo de Guarulhos D. Luís Gonzaga Bergonzini mostrou-se horrorizado com o ataque e recomendou a padre José Augusto a dizer aos fiéis que o mundo está perdido. “Hoje bolinha de papel, amanhã confete e serpentina, onde vamos parar?”

Cientistas de todo o mundo afirmaram em nota oficial que as academias de ciências e universidades de todo o planeta perceberam agora o que causou a extinção dos dinossauros. Uma super bola de papel que veio do espaço.

Um militante do PT, vizinho do primo da cunhada da filha da Dilma foi preso nas últimas horas e apontado como principal suspeito do atentado contra José FHC Serra.

Obama já disse que não vai tolerar programas de enriquecimento de celulose em qualquer país, exceto os EUA. Ermírio de Moraes entrou em desespero com a medida do presidente dos EUA, teme o risco de ir a falência.

A REDE GLOBO de televisão destacou vários de seus jornalistas para apurar a fabricação clandestina de bolas de papel. Quer que a Polícia suba os morros e detenha quem esteja portando papel. O jogo do bicho, tradicional instituição brasileira está sob ameaça de extinção.

Onde anotar os palpites?

O governador eleito do Paraná, Beto Richa, em estrita observância à liberdade de expressão, proibiu a divulgação de pesquisas de intenção de votos que mostrem José FHC Serra em queda, atribuindo os números ao papelório dos principais institutos de pesquisas no Brasil.

Segundo o governador eleito, tucano, é para preservar a moral e os bons costumes.

Um novo boletim médico sobre o estado de saúde de José FHC Serra, atingido por uma chuva de papel picado, deve ser emitido antes das 22 horas.

Observação – esse artigo foi escrito em cima de dados passados por uma guerreira histórica da luta popular no Brasil

sábado, 23 de outubro de 2010

Acertando a bolinha no Serra!!!

Prá quem tá a fim de brincar um pouco com as sandices do Serra e desestressar, basta acessar o endereço http://www.gordonerd.com/jogo-acerte-a-bolinha-de-papel-no-serra?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+gordo. Divirtam-se!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Por Sanger e muitos outros.

Definitivamente, o dia de hoje não deveria ser triste. Afinal, os mineiros chilenos, após mais de dois meses sem ver a luz do sol, começam a ser resgatados e, ao que tudo indica, todos serão retirados sem maiores problemas. É dia também de comemorar o aniversário de uma sobrinha batalhadora (Geisa), o que significa mais festa em família. Também, após o feriadão, conforme previsto retornaríamos ao trabalho, com a expectativa da solução dos problemas que nos afastaram de nosso local de trabalho (o CEC Benjamin Guimarães) por alguns dias. Voltamos. E aí o dia começava a revelar suas tristezas!

Primeira: Nossas expectativas (dos professores e funcionários do CEC Benjamin Guimarães) foram frustradas. Continuamos na mesma, com prédio interditado e, o que é pior, ouvindo cobranças de pais de alunos e de outras figuras da cidade, sobre nossa atuação enquanto profissionais daquele educandário, como se toda a responsabilidade pelo que ocorre fosse nossa.
Até entendo que, sendo os trabalhadores da educação aqueles com quem a população tem contato direto, os procurem na intenção de dirimir dúvidas. Mas daí a culpá-los pelo que acontece, vai uma distância considerável. E faz-se isso sem tentar saber de quem é, de fato, a responsabilidade pelos descalabros que vivenciamos. Não se percebe, por exemplo, o quanto a burocracia estatal emperra o andamento das coisas, podendo, por isso, deixar sob risco, a vida de alunos e profissionais. Fosse eu hoje aluno de uma das turmas de 1ª série para as quais dou aulas, diria: “É prof., o bagulho é doido e o processo é lento!”

Segunda: Saímos em campo. Eu e Edna Victor. Visitamos pessoas e lugares tentando contribuir de alguma forma para a solução do problema do Colégio. Nada. Espaços que, externamente se mostram interessantes, na realidade não o são. Também, não foram construídos com a finalidade que procurávamos. E aqueles que o foram, estão em mãos particulares que, nesta hora, se aproveitam para encher as burras (no que não estão errados, dado que o próprio Estado também falha com eles em “n” situações).
Construir salas de aula é papel do Estado e é ele quem está falhando! Constatar mais uma vez isto entristece e emputece mais ainda a gente.

Terceira: Peregrino e vou prá casa. Escuto Paula Fernandes no computador o que me entristece mais ainda. As “viagens” por uma Minas Gerais que ainda não vi e de tempos que nem sei se vivi produzem lágrimas nos olhos. Fazem-me remoer sentimentos que não sei se poderei externar um dia. Não sei sequer se deverei expô-los. E aí percebo (mais uma vez) o quanto somos limitados pela vida que levamos, tendo que nos “enquadrar” nesta ou naquela situação.

Quarta: Leio o texto do Sanger em seu Blog. Bate uma vontade filha da puta de chutar absolutamente tudo. Mas paro e analiso um pouco mais calmamente o que ele diz. Tenho que concordar com os questionamentos feitos, mas ao mesmo tempo tento entender o que produz toda essa desgraceira por nós vivida. Concluo que, embora tenhamos uma tendência muito forte a colocar a educação como a tábua de salvação para todos os nossos problemas, ela não o é. Ela é apenas mais uma ferramenta da qual se vale a nossa sociedade, na maioria das vezes para produzir e reproduzir ideologias. E ela não existe descolada da realidade política, econômica e social do país. Ou seja, ela é aquilo que nossa sociedade (leiam: a burguesia brasileira) quer e quem determina o aspecto momentâneo desta “educação” é quem domina o aparato estatal.
Acho que, percebendo as coisas desta maneira, sinto-me menos culpado. Sei que neste processo todo somos apenas uma parte muito pequena, e que além das aulas que ministramos, dos projetos que tentamos emplacar, das amizades que construímos, das crianças e adolescentes pelas quais nos apaixonamos, existe todo um festival de coisas sobre as quais não temos controle algum e que, em última instância, determinam muito mais o que vai ser a nossa educação do que possamos imaginar.
Assim como o Sanger também desmonto diante de certas situações. Acho que é normal para pessoas que aprenderam a ver o mundo como um lugar de gente e não de números. Como lugar para se construir felicidades e vivê-las e não o inferno diário com o qual temos nosso cotidiano contato. Mas as duras realidades com as quais nos chocamos mostram que, para além dos muros das escolas e das academias, existe muito mais a ser transformado e que nossa ação precisa ter um alcance bem maior que a sala de aula.

domingo, 26 de setembro de 2010

Prá Valença



Há mais de dez anos escrevi alguns textos (poemas, diriam alguns) sobre Valença. Nunca os publiquei. Como, segundo minha visão (e a de alguns que os leram) eles mantém-se atuais, publico-os agora, numa homenagem crítica aos 153 anos da cidade.

Valença

Encravada na serra estás como a fugir do mar.
Em busca dos céus das Minas te escondeste
Entre verdes e azuis paradisíacos.
De teu solo brotaram guerreiros, odores, clamores.
Sobre teu chão derramaram-se suores, amores e dores.
Teu povo, mesclando senhores, escravos e outras raças,
Apesar dos percalços, persiste.
Embora agredido, insiste.

Encravada na serra estás como a fugir do mar.
Como que um destino a buscar.

Valença I (Do chão)

De teus primeiros filhos não sobraram sombras.
Arcabuzes e chibatas, manchando tua fértil superfície
Sangraram e expulsaram teus nativos.
A pele escura vindoura da África,
Sob o peso da mão do senhor
Também foi marcada, fendida, sangrada ao extremo.
De tuas entranhas sugaram quase tudo:
Tua fertilidade, sustentando cafezais e canaviais forasteiros, esvaiu-se.
Sobre teu chão, hoje, pinheiros, eucaliptos e prédios ganham os céus, ansiando nutrientes no ar, já que a terra os nega.
Teus filhos de agora já não sabem o sabor do teu leite
Tampouco sentem o doce do teu mel.
Sugaram-te muito.
Tanto que teu futuro pode não germinar.

Valença II (Do aço)

I

Desbravadas tuas matas
Calados teus Coroados, divididas tuas terras,
Chegaram os trilhos arrastando consigo fumaças
E ruídos até então desconhecidos.
A seguir, outros bichos sem sangue,
Outras plantas, outras línguas, outros braços...
Com a junção de chapas, parafusos, arruelas, braços e pernas
Em teu seio
Brotos artificiais em tramas diversas começaram a nascer.
Vidas em urdume transformaram-se.
Tramas e tramas, urdumes e urdumes, máquinas e máquinas...

II

Foram-se os trilhos.
Ficaram as marcas em teu corpo.
Aos poucos, vão-se também
As outras máquinas.
Urdumes e tramas já não envolvem as vidas dos teus filhos.
Teus brocados, bordados, canutilhos,
Adornam agora outros colos,
Fazem sobreviver outros filhos de outras terras.
Os poucos fios gerados em ti não trazem mais as mesmas cores
Tampouco a resistência de outrora.
Teus fios não mais enredam teus filhos.
Teus netos, bisnetos,... trarão tênues lembranças
Do tempo em que, apesar de tudo,
Eras tudo.


Valença III

Vejo-te assim: perto e ao mesmo tempo longe.
Perto por estar em ti,
Sentindo teus cheiros, tuas cores, teus ruídos,
Tuas formas generosas.
Sinto-me perto de ti estando em meio ao teu povo,
Vibrando com tuas festas,
Entregando-me, às vezes, ao teu misticismo,
Crescendo com tuas crianças e rindo com teus jovens.
Mas não me encontro perto de ti como gostaria.
Por vezes percebo-te distante:
Sem cheiros, sem cores, sem ruídos, sem formas definidas.
Sinto-te sumindo sob meus pés
Como dunas levadas ao vento.
Vejo-te sumir do mapa sem deixar vestígios
E não te sinto voltar.
Vão-se tuas fábricas,
Teus trens,
Teu comércio,
Teu povo.
Parece-me que alguns,
apenas
Quiseram possuir-te como a prostituta
De uma noite qualquer,
Sem vínculos, sem carinho, mera satisfação de função orgânica...
Assim, vejo-te distante.
E cada vez mais longe.
Não regressa.
Me vou?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Direto do RJ

Jerônimo, Companheiro que trabalhou em Valença no início da década de 90, ao saber da candidatura Chico Lima, tem demonstrado um entusiasmo enorme. Vez em quando manda algumas contribuições via e mail(algumas)como esta que agora apresento transcrita na íntegra, com a justificativa do próprio Jerônimo:

"Fala Companheiro"!!! Gilson, mandei pra você ha pouco uma brincadeira "publicitária" na forma de comentário no "Filosofar" mas como não consegui acessa-la, fiquei na dúvida se realmente a enviei corretamente, por isso estou te enviando agora por e-mail. Se quiser pode fazer qualquer uso dela ou altera-la para melhor usa-la aí em Valença. Forte abraço... Jeronimo.
Aí vai a brincadeira:


NEM DILMA, NEM MARINA,
MUITO MENOS SERRA!
AGORA É 50,
AGORA QUEIRA MUITO MAIS!!!
MESMICE NINGUÉM AGUENTA
NOSSO SONHO, NOSSA LUTA NINGUÉM TRAI!!!

VOTE PÃO, VOTE POESIA, VOTE LUTA.
VOTE VALENTE,
VOTE VALENÇA,
VOTE CHICO, VOTE 50, VOTE PSOL!!!

Jeronimo Marques de J. Filho
08/09/2010 (Via G mail)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Nós apoiamos Chico Lima 50 para prefeito de Valença

Conceituando as paródias (ou parodiando os conceitos?)

Uma das funções deste blog é discutir com alunos e demais interessados, assuntos relacionados aos conteúdos escolares. Como leciono Sociologia e Filosofia, pensei em elaborar alguns textos diferenciados daquilo que usamos normalmente em salas de aula, para serem apropriados por quem quer que seja. Tais textos teriam a função tanto de fixar conceitos quanto de esclarecê-los (quando possível). Resolvi então dar asas à imaginação e elaborar dois textinhos: o primeiro, uma paródia da música Sábado de Sol, do Mamonas Assassinas; o segundo, um texto em verso (se alguém musicar, ótimo!). Os dois textos brincam com o conceito de Mais-valia, de Marx, sendo a sua utilização completamente livre.


01 - Entendendo o conceito de mais-valia com a música Sábado de sol, dos Mamonas Assassinas

Tava na pior
Descolei um empregão
Para ver se tinha
Uma vida melhor.

Chegando lá, decepção:
Ralava feito um cão!
No fim do mês, o que eu fazia
Ia pro bolso do patrão!

Um tal de Marx me explicou
Que não tem jeito não.
Prá mais-valia se acabar
Só com revolução!

(repita quantas vezes quiser)

02 - Mais-valia em verso

Fui contratado prá fazer sapatos
Para ganhar 100 contos por dia
Mas um fato o patrão me ocultou
Que só mais tarde se me revelaria.

Eu trabalhava feito um condenado
Fazia turno, tudo eu produzia
Tentando sempre melhorar de vida
Tinha o salário que eu merecia.

No fim do mês, riqueza produzida
Seguia eu, correndo atrás daquilo
Que toda noite em sonho me chegava
Prá libertar, mas, no fim, aprisionava.

Enquanto isso o patrão tava mais rico
Eu produzia, no entanto, empobrecia.
Aqui o fato escondido aparecia:
O que eu fazia para as mãos dele é que ia!

Marx falou que isso se chama mais-valia
A gente faz, ele se apossa, sem perdão.
E que nós só nos livraremos dessa praga,
Se nos unirmos prá fazer revolução.

sanger web

Rafael Monteiro vota em Chico Lima 50 para prefeito de Valença

Libório vota em Chico Lima

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Por poesia, pão e luta!

Por poesia, pão e luta!

A candidatura de Francisco Lima aparece para Valença num momento muito interessante de sua história. Pela primeira vez, diante da cassação de um prefeito eleito, temos a oportunidade de rediscutir nossos rumos, corrigindo-os.
O “oba-oba” geral fala em união. Mas que união é essa e com que interesses ela é pregada? Todos os discursos vão num mesmo sentido e mantém a idéia de que, em algum momento, um milagreiro qualquer irá nos salvar de um destino trágico que nos assombra caso esse “milagreiro”, paladino da unificação, não seja eleito.
Mas nesse mesmo instante em que vários interesses particulares se travestem de vontade coletiva, alguém ousa falar e fazer diferente. É Francisco Lima esse alguém.
Ele aponta a poesia como o jeito de formatar o sonho. Acredita nela como a maneira de dizer as coisas e apontar imagens, projetos, o novo! Entende ser ela o fermento da sensibilidade necessária que nos fará caminhar, buscando fazer do utópico a cidade viva e sadia na qual viveremos o futuro!
Francisco aponta o pão que nos falta e é mascarado pelos discursos vazios e indiferentes como algo a ser perseguido e garantido na luta diária e concreta do povo trabalhador. Pão que nos faz companheiros na luta e no suporte dos fardos. Luta que aduba o solo onde florescem outros sonhos, com os quais alimentaremos nossos filhos e netos.
Francisco é, então, o resgate da poesia, do dividir o pão e da concretude de nossa luta na busca da cidade feliz que queremos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Nova" análise baiano-literária sobre nosso atual momento político

E o povo, diante de tudo o que lhe espanta, e sem saber construir frases de mais efeito, poderia usar a produção baianogilbertogiliana para expressar-se. No que, para nosso caso, o faria com bastante propriedade:

Punk da periferia (Gilberto Gil)


Punk da periferia – G Gil

Das feridas
Que a pobreza cria
Sou o pus
Sou o que de resto
Restaria aos urubus
Pus por isso mesmo
Este blusão carniça
Fiz no rosto
Este make-up pó caliça
Quis trazer assim
Nossa desgraça à luz...

Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó! Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó!
Aqui prá vocês!
Sou da Freguesia...(2x)

Ter cabelo
Tipo índio moicano
Me apraz!
Saber que
Entraremos pelo cano
Satisfaz!
Vós tereis um padre
Prá rezar a missa
Dez minutos antes
De virar fumaça
Nós ocuparemos
A Praça da Paz...
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó! Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó!
Aqui prá vocês!
Sou da Freguesia...(2x)
Transo lixo
Curto porcaria
Tenho dó
Da esperança vã
Da minha tia
Da vovó
Esgotados
Os poderes da ciência
Esgotada
Toda a nossa paciência
Eis que esta cidade
É um esgoto só...
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó! Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó!
Aqui prá vocês!
Sou da Freguesia...

Gregório de Matos numa análise fria da política atual

O século dezessete produziu, entre muitas coisas, críticas as mais diversas sobre os mais variados temas. Algumas delas sairam da boca do "Boca do Inferno", Gregório de Matos. E o mais incrível de algumas de suas obras é a similaridade com os dias atuais (Valença inclusive), o que pode ser percebido no poema abaixo.


Por consoantes que me deram forçados



Neste mundo é mais rico o que mais rapa;
quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
com sua língua, ao nobre o vil decepa;
o velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa;
quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
quem menos falar pode, mais increpa;
quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por tulipa;
bengala hoje na mão, ontem garlopa;
mais isento se mostra o que mais chupa;

para a tropa do trapo vão a tripa,
e mais não digo; porque a Musa topa
em apa, em epa, em ipa, em opa, em upa.

Obs.: Este poema era, na verdade, uma resposta de Gregório de Matos a uma conversa travada entre Bernardo Vieira e o Padre Antônio Vieira através de textos poéticos também com teor crítico considerável.

domingo, 25 de julho de 2010

Campanha Nacional pelo limite da propriedade da terra

NOTÍCIAS & ARTIGOS
19/07/2010 17:48
Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?

Sociedade brasileira terá a chance de acabar com o latifúndio no Brasil durante o Plebiscito Popular pelo Limite da Terra, que ocorrerá entre os dias 01 e 07 de setembro.

Diga sim e coloque limites em quem não tem!
por Assessoria de Comunicação FNRA


Falta pouco mais de um mês para o início do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. Entre os dias 01 e 07 de setembro, toda a sociedade brasileira terá a oportunidade de dizer se é a favor ou contra a concentração de terras no país, ou seja, se concorda ou não com o latifúndio.

Durante os dias 15 e 17 de julho, cerca de 100 representantes de entidades, organizações, movimentos e pastorais sociais do campo e da cidade de todos os estados da federação, estiveram reunidos em Brasília para a II Plenária Nacional de Organização do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra.

No encontro foram aprofundados estudos sobre a questão fundiária do país, em que os participantes expuseram a realidade de cada região brasileira. As atividades contaram com a assessoria do geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ariovaldo Umbelino. Além das análises, foram debatidas e planejadas ações de divulgação, organização e articulação da semana da coleta dos votos.

Os estados já estão organizados em comitês compostos por diferentes entidades e organizações. A partir dos comitês estaduais, estão sendo formados os comitês regionais, onde municípios das diferentes regiões também estão sendo inseridos no processo.

Dentre os encaminhamentos da plenária, foi definido o Dia Nacional de Mobilização pelo Limite da Propriedade da Terra, que será realizado no dia 12 de agosto, em memória a mártir Margarida Alves, camponesa assassinada em 1983. Neste dia os articuladores do Plebiscito Popular farão um grande mutirão de formação da sociedade brasileira que já está sendo conscientizada sobre a realidade agrária do país.

A população brasileira também é convidada a participar de um abaixo-assinado que já está sendo circulando em todo país e que continuará após o Plebiscito. O objetivo desta coleta de assinaturas é entrar com um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional para seja inserido um novo inciso no artigo 186 da Constituição Federal que se refere ao cumprimento da função social da propriedade rural.

Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

Pelo direito à terra e à soberania alimentar: Vamos às urnas mostrar nosso poder popular!

Vamos à luta

A realização e o sucesso do plebiscito dependem única e exclusivamente da participação e do empenho de cada um, de cada entidade, organização e pastoral, uma vez que não existe nenhum apoio público e da mídia. Representa a força e a determinação de quem acredita em que algo pode ser feito para corrigir esta absurda concentração de terras que acaba por excluir milhões de famílias de terem seus direitos protegidos. Portanto,

Fale, comente e divulgue, também pela internet e redes sociais (orkut, twitter), o plebiscito para seus amigos, sua família e colegas de trabalho.
Integre-se aos comitês locais ou estaduais que vão organizar o Plebiscito.
Na Semana da Pátria, junto com o Grito dos Excluídos:

Intensifique a divulgação;
Ajude a organizar os locais de votação;
Participe de alguma mesa de votação;
VOTE;
Assine o abaixo-assinado que será levado ao Congresso Nacional para que seja votada uma emenda constitucional que determine um limite ao tamanho das propriedades.
Conheça as perguntas que estarão na cédula de votação durante o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra

1 - Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?

2 - Você concorda que o limite das grandes propriedades de terra no Brasil possibilita aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

“Não identificamos um centavo de desvio de recurso público”, afirma relator da CPMI

“Não identificamos um centavo de desvio de recurso público”, afirma relator da CPMI
Por Aline Scarso
Da Radioagência NP
Para o Blog da Reforma Agrária
Não há desvio de dinheiro público para a ocupação de terra no Brasil. Foi o que concluiu o relatório da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que investigou a ligação entre entidades da reforma agrária e ministérios do governo. No total, foram realizadas treze audiências públicas em oito meses. A CPMI também investigou as contas de dezenas de cooperativas de agricultores e associações de apoio à reforma agrária.
Para o relator da CPMI, deputado federal Jilmar Tatto (PT/SP), “foi uma CPMI desnecessária”.
“São entidades sérias que desenvolvem um trabalho de aperfeiçoamento e de qualificação técnica do homem do campo. O que deu para perceber foi que a oposição, principalmente o DEM e o PSDB, estavam com uma política de criminalizar o movimento social no Brasil. Tanto é verdade que, depois de instalada a CPMI, eles praticamente não apareceram nas reuniões.”
O deputado federal Onxy Lorenzoni (DEM/RS) pediu vista do relatório durante a última sessão. Com isso, uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira (14). A expectativa é de que a bancada ruralista coloque em votação um relatório paralelo à relatoria oficial, mesmo não tendo participado das audiências de investigação.

Abaixo, leia entrevista com deputado federal Jilmar Tatto (PT/SP).

A CPMI foi criada para investigar desvios de recursos públicos de convênios entre ministérios e entidades sociais para a ocupação de terras. Qual a conclusão depois de oito meses de trabalho?
Foi uma CPMI desnecessária. A oposição fez uma carga muito grande, dizendo que havia recursos públicos desviados para a ocupação de terras no Brasil. Depois de um trabalho intenso e exaustivo, verificando todas as contas de dezenas de entidades, que fizeram convênios com o governo federal, concluímos que não é nada disso. São entidades sérias, que desenvolvem um trabalho de aperfeiçoamento e qualificação técnica, principalmente para o homem do campo. O que deu pra perceber é que a oposição, principalmente o DEM e o PSDB, estavam com uma política de criminalizar os movimentos sociais no Brasil. Tanto é verdade que, depois de instalada a CPMI, eles praticamente não apareceram nas reuniões. Foi a demonstração de que eles realmente estavam interessados mais em desgastar o governo federal, o MST e criminalizar o movimento social. Infelizmente, foi isso que aconteceu na criação dessa CPMI.

Como você avalia o trabalho das entidades da reforma agrária (como Anca, Concrab, Cepatec, Inocar, Itac e Fepafi), que participaram das audiência públicas na CPMI?
A oposição, em certa medida, no primeiro momento, conseguiu atrapalhar. Os convênios estavam acontecendo e, na medida em que ficam fazendo denúncias vazias em relação a essas entidades, atrapalham o seu trabalho junto aos produtores rurais assentados. Uma parte do seu objetivo a oposição conseguiu: justamente romper parte desses convênios. Eu acho que era isso que ela queria. Ficou comprovado que essas entidades, que fazem um trabalho com os assentados, produtores e pequenos proprietários de terra, ligados à agricultura familiar e às cooperativas, é muito importante para o Brasil. São entidades que trabalham com a produção de orgânico, a qualificação da melhor maneira de aproveitamento da terra e manuseio das sementes. Do ponto de vista pessoal, foi um aprendizado. Do ponto de visto político, foi um desastre, porque essa CPMI veio para prejudicar o campo, principalmente os pequenos produtores e assentados. Tem algumas questões de competência do legislativo que precisam ser aprimoradas.

Quais são as medidas mais importantes propostas no relatório?
Por exemplo, a questão do trabalho escravo. Essa lei [que prevê a desapropriação das terras dos proprietários que usam trabalho escravo] precisa ser votada urgente, que criminaliza quem pratica a vergonha do trabalho escravo, principalmente pelo agronegócio. Outra questão que precisa ser resolvida é dos índices de produtividade. Estou propondo também uma lei que regule os convênios. Porque a cada hora que se muda os governos, tem um procedimento em relação aos convênios com as entidades. Por isso, tem que normatizar, definir em lei como funcionam esses convênios, para desburocratizar, deixar transparente e facilitar esses convênios. Dessa forma, essas entidades e outras poderão desenvolver seu trabalho de forma tranquila, sem cometer erros de procedimento – não de má-fé – porque não está claro na legislação de como proceder na prestação de contas.

Já é possível pensar alguns pontos dessa lei para regular os convênios?
Tem que tratar diferente os desiguais. Uma coisa é fazer um convênio com entidades patronais, que têm uma estrutura muito grande, nas áreas jurídica, contábil e administrativa. Outra coisa são entidades pequenas, que não têm essa estrutura. A lei tem que facilitar o trabalho, e os convênios, evidentemente, terão todo rigor na aplicação dos recursos públicos. Se tem a garantia de que a aplicação dos recursos está dentro do objeto, não precisa de tantos mecanismo, porque temos que partir do princípio da boa fé. Uma das ideias é colocar na legislação os procedimentos, porque nem sempre isso está claro, prejudicando as entidades que não têm uma estrutura administrativa de grande porte.

Qual a importância desses convênios para a execução de políticas públicas nos assentamentos e nas áreas rurais?
É fundamental. É onde o Estado não consegue chegar, e se chega faz de forma atabalhoada, sem critério. Essas entidades fazem a ponte dos órgãos do Estado com aquelas pessoas que mais precisam. Fazem um trabalho fundamental de resgate da cidadania, de setores da sociedade que estão marginalizados. Por isso, um governo democrático, preocupado com a melhoria da qualidade de vida de todos e todas, precisa fortalecer esse tipo de entidade no Brasil.

Na sua avaliação, por que a bancada ruralista ficou ausente durante as audiências com representantes das entidades e dos ministérios?
Eles fizeram toda uma carga, um discurso muito raivoso, colocaram dúvidas em relação ao desvio de recursos públicos e perceberam que a montanha tinha parido um rato. Porque não havia desvio nenhum. As entidades e o governo abriram todas as suas contas. Foi transparente e, em nenhum momento, conseguiram identificar um centavo de desvio de recurso público. Foram desmoralizados, e resolveram se ausentar dos trabalhos da CPMI. De todo modo, nós aprovamos um plano de trabalho, cumprimos a nossa obrigação, investigando aquilo que o Congresso definiu como prioridade. Nesse período, ouvimos todas as entidades e órgãos do governo envolvidos e fizemos um debate sobre a questão agrária no Brasil. Foi um trabalho produtivo, no sentido de deixar claro que não houve desvio de recurso público para fazer ocupação de terras no Brasil. O que houve foi a oposição fazendo uma carga muito grande contra o governo e o MST.

O prazo final da CPMI, previsto no plano de trabalho, é 17 de julho. O prazo para a prorrogação da CPMI acabou. O Onyx Lorenzoni anunciou que vai apresentar um relatório paralelo. Qual a perspectiva para a aprovação do seu relatório na próxima semana?
Eles tentaram, como último suspiro, prorrogar a CPMI, mas eles não conseguiram as assinaturas. Então, só cabe à oposição apresentar um relatório alternativo. Está convocada uma reunião para esta quarta-feira, às 14h, pra votar o relatório. Provavelmente, vai ser votado meu relatório contra o da oposição. Se der quórum, e tivermos maioria, a gente aprova o nosso relatório. Se não, de todo modo, já apresentei o relatório. É o que vale. A CPMI termina no dia 17 de julho, com os trabalhos concluídos, comprovando que não houve desvio de recursos públicos.
E os ruralistas vão apresentar um relatório mesmo não comparecendo às sessões…
Exatamente. Essa é a contradição. De novo, estão fazendo politicagem. Tem alguns deputados e senadores, ligados aos ruralistas, que precisam fazer prestação de contas, porque na prática fizeram muito pouco na defesa dos ruralistas na CPMI. É mais para mostrar para os setor deles que estão trabalhando. Esse relatório tem mais essa função, porque do ponto de vista objetivo não tem sentido apresentar um relatório alternativo. Até porque nem sei o que eles vão escrever nesse relatório. Vai ser mais um discuso político de campanha eleitoral, para atender os interesses do agronegócio, do que propriamente algo que trata de desvios de recursos públicos.

A partir das investigações, o que precisa ser feito para o país resolver os conflitos no campo e enfrentar o problema da pobreza dos trabalhadores rurais?
Precisamos continuar investindo bastante na agricultura familiar, o que o governo tem feito, aumentando os recursos cada vez mais. Temos que garantir que a legislação trabalhista seja aplicada, rever os índices de produtividade, incentivar cada vez mais plantios alternativos, ligados à questão de alimentos orgânicos, produzindo alimentos de qualidade e do ponto de vista nutricional adequado. E, ao mesmo tempo, acelerar e intensificar o processo de desapropriação e de reforma agrária no país. Fazer um mapeamento, por meio de georreferenciamento, de todas as terras no Brasil – tanto as que pertencem ao governo como as privadas. Definir claramente quem são os donos dessas terras e, aquelas que não forem produtivas, como diz a Constituição, devem ser desapropriadas para fazer a reforma agrária. É preciso acelerar esse processo, que teve avanços no governo Lula, mas precisamos continuar cada vez mais para fazer com que as pessoas do campo também possam ter uma qualidade de vida mais adequada.


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domingo, 11 de julho de 2010

Black Bullets é Pink Floyd!

Você foi ao Coroados no último sábado assistir à apresentação da Banda Black Bullets? Não? Perdeu feio...
Os caras cumpriram integralmente o prometido (com exceção de começar pontualmente às 23:30, mas, ninguém é perfeito!). Passearam por praticamente todas as fases da Banda inglesa, sequer deixando de fora sonzaços de álbuns menos conhecidos.
Embora a tarefa pareça hercúlea, mas acho que um bis seria de bom tamanho. Até porque um bando de gente, por não saber ou por duvidar da proposta, não apareceu.
Bom também ter visto muita gente de diferentes gerações curtindo o som.
De fato, valeu a noite.
Em tempo: Fechar o show com >Wish you were here e Comfortably numb foi de babar!

terça-feira, 22 de junho de 2010

David Gilmour - Je Crois Entendre Encore


Liberdade

Não ficarei tão só no campo da arte
E, ânimo firme, sobranceiro e forte,
Tudo farei por ti para exaltar-te,
Serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
Dominadora, em férvido transporte,
Direi que és bela e pura em toda parte,
Por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
Que não exista força humana alguma
Que esta paixão embriagadora dome.

E que eu, por ti, se torturado for,
Possa feliz, indiferente à dor,
Morrer sorrindo a murmurar teu nome.

Carlos Marighella