terça-feira, 7 de setembro de 2010

Conceituando as paródias (ou parodiando os conceitos?)

Uma das funções deste blog é discutir com alunos e demais interessados, assuntos relacionados aos conteúdos escolares. Como leciono Sociologia e Filosofia, pensei em elaborar alguns textos diferenciados daquilo que usamos normalmente em salas de aula, para serem apropriados por quem quer que seja. Tais textos teriam a função tanto de fixar conceitos quanto de esclarecê-los (quando possível). Resolvi então dar asas à imaginação e elaborar dois textinhos: o primeiro, uma paródia da música Sábado de Sol, do Mamonas Assassinas; o segundo, um texto em verso (se alguém musicar, ótimo!). Os dois textos brincam com o conceito de Mais-valia, de Marx, sendo a sua utilização completamente livre.


01 - Entendendo o conceito de mais-valia com a música Sábado de sol, dos Mamonas Assassinas

Tava na pior
Descolei um empregão
Para ver se tinha
Uma vida melhor.

Chegando lá, decepção:
Ralava feito um cão!
No fim do mês, o que eu fazia
Ia pro bolso do patrão!

Um tal de Marx me explicou
Que não tem jeito não.
Prá mais-valia se acabar
Só com revolução!

(repita quantas vezes quiser)

02 - Mais-valia em verso

Fui contratado prá fazer sapatos
Para ganhar 100 contos por dia
Mas um fato o patrão me ocultou
Que só mais tarde se me revelaria.

Eu trabalhava feito um condenado
Fazia turno, tudo eu produzia
Tentando sempre melhorar de vida
Tinha o salário que eu merecia.

No fim do mês, riqueza produzida
Seguia eu, correndo atrás daquilo
Que toda noite em sonho me chegava
Prá libertar, mas, no fim, aprisionava.

Enquanto isso o patrão tava mais rico
Eu produzia, no entanto, empobrecia.
Aqui o fato escondido aparecia:
O que eu fazia para as mãos dele é que ia!

Marx falou que isso se chama mais-valia
A gente faz, ele se apossa, sem perdão.
E que nós só nos livraremos dessa praga,
Se nos unirmos prá fazer revolução.

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